quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

E nas terras do Dalai Lama...

Eu vi uma reportagem sobre a vida das mulheres
na terra do Dalai Lama, o Tibet...

Fiquei completamente passada...


( o relato não é da autoria de uma mulher, pois elas na maioria são analfabetas e escravas... não tem direito de estudar, a não ser que se tornem monjas... ou casam ou ficam ali esperando a morte chegar... )
Eis...
Dawa Tsering
Representante de sua Santidade o Dalai Lama

Relato às Nações Unidas
Promovido pela Liga Internacional dos Direitos Humanos
21 de outubro de 1997,
New York

INTRODUÇÃO

Sinto-me muito honrado e satisfeito pela oportunidade
de fazer esta breve apresentação sobre
certos tópicos ligados a direitos humanos no Tibet,
que espero ser de interesse para
a agenda da Terceira Comissão,
que se reunirá em breve.
Sou Dawa Tsering, Representante para as Américas
de Sua Santidade o Dalai Lama,
e ao meu lado está Yoden Thonden,
membro da Comissão Internacional
de Advogados para o Tibet.
No Tibet, os tibetanos não gozam de igualdade de direitos
para seu desenvolvimento pessoal,
em função da discriminação racial,
e as mulheres tibetanas são objeto de uma
ampla gama de violação de direitos humanos.
Assim, abordarei as questões da discriminação racial,
tortura e intolerância religiosa no Tibet,
e a Sra. Thonden fará uma apresentação
sobre as violações dos direitos das mulheres e crianças.
O Tibet, o maior território que teve sua soberania
perdida desde a Segunda Guerra Mundial,
está atravessando difícil período de sua história
de mais de 2.000 ou mais anos, em decorrência da
invasão chinesa ocorrida em 1949/50.
O problema do Tibet é basicamente de natureza política
- trata-se de dominação colonialista, de um lado,
e resistência do povo tibetano, de outro.
Essa é a constatação a que chegou um
recente relatório das Nações e Povos Não Representados.
1.200.000 tibetanos, um sexto da população do Tibet,
morreu como conseqüência direta da ocupação chinesa.
Mais de 6.000 monastérios, templos e
edifícios históricos foram destruídos.


SITUAÇÃO ATUAL DO TIBET

As violações dos direitos humanos pelas
autoridades chinesas no Tibet ocupado
são executadas em escala monumental,
sob várias formas e com regularidade sistemática,
sem levar em conta as freqüentes condenações
provenientes do mundo livre.
A repressão política e religiosa constitui o foco
dos esforços do governo chinês para
dominação do povo tibetano.
As liberdades de religião, expressão,
reunião e de movimento são severamente restritas,
para abafar a voz do povo tibetano.
Não existe sequer um Unico órgão de imprensa independente
em todo o país para relatar essas atrocidades,
Nenhuma passeata ou encontro público
para expressar as queixas do povo é permitido no Tibet.
Os tibetanos que viajam de uma região para outra
dentro do Tibet precisam obter autorização
e ficam sob vigilância, convivendo com
constante medo e desconfiança diante das autoridades chinesas.


INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

A situação de Gedhun Choekyi Nyima,
o 11° Panchen Lama, que permanece detido
sem qualquer comunicação, é um exemplo
da intolerância religiosa existente no Tibet.
Em maio de 1995, de acordo com as prescrições
da tradição, Sua Santidade o Dalai Lama
anunciou que esse menino de seis anos,
oriundo do norte do Tibet, era a reencarnação do 10° Panchen Lama,
que havia falecido em 1989.
O governo chinês denunciou essa escolha,
pondo em seu lugar um outro menino.
Temos aqui uma interferência grosseira
em nossas tradições religiosas
por parte do regime comunista chinês.
A condenação de Chadrel Rinpoche em 21 de abril
deste ano a seis anos de prisão por defender
a verdadeira identidade do 11° Panchen Lama
constitui um outro exemplo.
O paradeiro do 11° Panchen Lama
e sua situação são conhecidos.
Ficamos sabendo por meio de uma organização
sediada em New York, denominada "Direitos Humanos na China",
que Chadrel Rinpoche está sendo mantido na prisão
de segurança máxima Chuangdon 3,
no Condado de Dazu, na Província de Sichuan,
uma prisão na qual Mao TseTung
detinha seus oponentes políticos.
Gostaria de chamar a atenção de V. Sas.
para o fato de que campanhas denominadas
"Golpeando com Força" e "Reeducação Patriótica"
foram lançadas no Tibet,
particularmente nos mosteiros e conventos.
Como parte dessas campanhas,
os monges e monjas são obrigados
a renegar Sua Santidade o Dalai Lama
e aceitar o Panchen Lama falso,
nomeado por Pequim.
A fim de se construir um mosteiro ou convento,
é preciso obter permissão, sob pena de demolição do prédio.
Severas limitações são impostas aos mosteiros
quanto ao número de monges ou monjas
que podem ser admitidos .
Em contraposição a essas medidas repressivas,
movimentos de agitação ocorrem.
O número de prisioneiros de consciência no Tibet
vem aumentando desde 1988 e,
de acordo com o centro Tibetano de
Direitos Humanos e Democracia,
tem-se conhecimento de 1042 prisioneiros
de consciência tibetanos, inclusive 51 crianças,
menores de 18 anos, e 265 mulheres.
Há relatos da Anistia Internacional,
da Human Rights Watch e de outras organizações
dando conta de que um grande número de monges e monjas
foi encarcerado ou expulso de suas instituições
por se recusar a renegar o Dalai Lama.
Segundo as estatísticas disponíveis,
mais de 110 prisões e 1.300 expulsões ocorreram em 1996 e 1997

TORTURA


De acordo com a Human Rights Watch e muitas outras fontes,
a tortura é comum nas prisões do Tibet.
Os métodos utilizados incluem choques com ferrões eletrificados,
chutes, surras com pedaços de pau e de ferro,
marcação com pás em brasa, queima em água fervente,
colocação do prisioneiro pendurado de cabeça para baixo,
exposição a temperaturas extremas,
privação de comida, água e sono,
ameaça de violência sexual e morte.
Muitas são as vítimas da tortura que,
subseqüentemente, fugiram do Tibet para a Índia ou Nepal,
e seu testemunho é hoje disponível .
Essas práticas desumanas contra o povo tibetano
constituem uma violação crassa da
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A China precisa ser condenada com toda
veemência e precisa ser obrigada a permitir
que agentes internacionais inspecionem
as prisões no Tibet.


DISCRIMINAÇÃO ÉTNICA

Uma de nossas maiores preocupações é a
transferência maciça de população chinesa para o Tibet,
a meta de uma política sistemática e bem planejada
dos líderes de Pequim para reduzir a
população tibetana a uma minoria impotente
— política essa cognominada pelos chineses
"solução final" dos problemas tibetanos.
Já se estima que 7,5 milhões de chineses
tenham se assentado dentro das fronteiras do Tibet histórico,
em comparação a 6 milhões de tibetanos.
Essa política de depuração étnica foi levada a cabo
com sucesso na Mongólia Interior e no Turquestão Oriental
("Região Autônoma de Xinjiang" ).
Na Universidade do Tibet, em Lhasa, a capital do Tibet,
todos os dezessete cursos, com exceção de um,
são ministrados em chinês.
Em 17 de outubro do ano passado,
as autoridades chinesas anunciaram que poriam fim
ao uso do tibetano como língua única para educação
nas escolas primárias do Tibet, substituindo-o pelo chinês.

A parte da matéria sobre as mulheres inexiste...
entretanto temos aqui a versão chinesa dos fatos...
enquanto isso eu vou ver se encontro
trechos da reportagem que vi na tv...

O outro lado da moeda...


Propaganda política chinesa
sobre a situação das mulheres no Tibet


China
Mulheres do Tibet gozam de direitos políticos e econômicos iguais
LHASA (Xinhua)-- As mulheres na Região Autônoma do Tibet
gozam hoje os mesmos direitos
políticos e econômicos que os homens

(isto é, nenhum... nota da autora...)


e um terço dos funcionários na região são mulheres.
Cada dia mais mulheres saem de casa
para se dedicar aos trabalhos que desejam,
coisa que nunca tinha acontecido há 50 anos,
quando o Tibet era governado por um
sistema de escravidão primitivo e cruel.
Depois da libertação pacífica em 1951,
foi registrada a existência de um número
crescente de técnicos, professores, doutores,
juízes, fiscais, artistas e atletas femeninos.
Sob o sistema de escravidão, as mulheres,
que pertenciam a uma classe social inferior,
não gozavam de posição social igual que os homens.
Os antigos códigos das autoridades tibetanas
proibiam a participação feminina nos assuntos políticos.
Para os senhores de escravos,
as mulheres eram como gado e
podiam ser negociadas ou enviadas como presente.

No Tibet de hoje, as mulheres têm o direito
de participar dos assuntos sociais, como os homens.
Desde a primeira eleição de representantes
das legislaturas populares básicas na região,
90% da mulheres participaram das eleições.
Um bom número de mulheres cultas
e com capacidade foram eleitas para a assembléia popular
e a Conferência Consultiva Política do Povo
em diferentes níveis, para exercer seus direitos
de administração dos assuntos públicos
e formular medidas de desenvolvimento.
As estatísticas mostram que as mulheres são 20,1% e 16,5%, respectivamente, na 7ª Assembléia Popular Regional e na 7ª Conferência Consultiva Popular do Povo da região.
O número de funcionárias soma 33,7% do total no Tibet,
enquanto as porcentagens chegam a 14,3%, 11,3% e 11%
nos níveis provincial, municipal e distrital, respectivamente.
Graças ao aumento de seu status,
as mulheres estão dando mais contribuições
ao desenvolvimento social e econômico.
As trabalhadoras representam 35,1% do total,
e as técnicas 42,6%.
Além disso, cerca de 277 mulheres têm títulos de professoras.

(277, de um total de 7,5 milhões de chineses e 6 milhões de tibetanos!!!)

Peraí que eu volto com mais...
A reportagem da tv era boa pq era a vida ao vivo,
e o choro delas dispensava até as palavras...

Escravidão, seja lá por motivos étnicos ou religiosos, isso não né...

É incrivel, justamente da China e do Tibet
de onde vem tantas terapias alternativas
milagrosas e altamente lucrativas.

Alguém me explica?

Agradecemos a contribuição dos seguintes sites:
http://www.brasiltibet.org.br/
http://www.xinhuanet.com/
http://202.84.17.11/portugal/html/06231202232.htm

http://www.sidarta.blogger.com.br/


Um comentário:

Lealdade Feminina disse...

Ou seja... das terapias e mil e uma alternativas de ser zen todo mundo quer saber... mas da condição miserável da vida das mulheres nessas culturas não... até que ponto o que eu consumo, seja de livros, de produtos e serviços estão contribuindo para perpetuar situações destas... eu sou política... enquanto estiver viva sim!!!
Vou por isso no blog, pq nem todo mundo é tão curioso de abrir os comentários, não tem tempo... peraí...
AFF...