quinta-feira, 18 de junho de 2009

"Reacendeu-se a esperança"


A mãe adolescente de uma criança que a Justiça decidiu dar para adopção mostrou-se hoje "emocionada" e "muito feliz" com o apoio do director do Refúgio Aboim Ascensão, que defende que o caso deve ser reavaliado.

Ana Rita Leonardo, de 15 anos, disse à Agência Lusa que "agora reacendeu-se" a sua "esperança", agradecendo "produndamente" ao director da instituição onde se encontra o pequeno Martim, Luís Villas Boas, pelo apoio agora demonstrado.

"Agora está nas mãos da juíza e só espero que o Tribunal de Cascais seja compreensivo, que finalmente se sensibilize com o meu caso e, principalmente, que seja rápido", sublinhou.

A jovem mãe, que há três dias iniciou uma greve de fome, reafirma que se sente "mais madura e com todas as condições para criar o Martim".

Luís Villas-Boas assumiu-se, em declarações hoje ao jornal Expresso on-line, como o autor do relatório clínico que deu entrada no Tribunal de Cascais a defender a reavaliação das condições de Ana Rita para cuidar do filho, Martim, de dois anos e meio, institucionalizado no Refúgio Aboim Ascenção, no Algarve, desde os primeiros meses de vida.

"Fiquei sensibilizado com a forma como falava do filho, numa entrevista à rádio. Percebi que era uma jovem ponderada e não podia ficar indiferente ao seu pedido. Na minha condição de psicólogo clínico, decidi escrever ao tribunal propondo uma reponderação da mãe", defendeu Villas-Boas.

"Com quase 16 anos, esta jovem tem tudo a seu favor para ser uma boa mãe. Quero vê-la com o Martim ao colo", acrescentou.

No dia 26 de Fevereiro de 2007 as assistentes sociais de Cascais levaram o Martim para a instituição Refúgio Aboim Ascensão, em Faro, alegando que a Ana Rita não teria condições para cuidar do filho.

Em Julho de 2007 foi tomada a primeira decisão judicial de que o Martim iria ser dado para adopção, na qual a família recorreu com sucesso, mas a 20 de Dezembro de 2008, na última visita de Ana Rita, o Martim terá ficado emocionalmente perturbado e as visitas foram canceladas.

Há seis meses que Ana Rita não vê o filho e não tem notícias dele. A 21 de Maio foi informada de que o filho seria dado para adopção.

Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1265188&seccao=Sul